sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Banda fixa ou acesso móvel?


Teste do EM mostra que as velocidades do acesso móvel variam muito e raramente chegam próximo ao índice máximo.

Eles cabem na palma da mão, são redondinhos, simpáticos, e com a facilidade das entradas USB, levam a internet a PCs e notebooks. Os minimodens 3G, uma das vedetes do novo padrão de telefonia que permite a transmissão de dados em alta velocidade. São quatro as operadoras que oferecem, em Minas, serviços da terceira geração de telefonia: Vivo, Tim, Oi e, a partir desta semana, a Claro. O aumento da concorrência pode impulsionar a queda dos preços, e, espera-se, a popularização da tecnologia.

A facilidade de instalação e a velocidade razoável do acesso, além da mobilidade, são as vantagens dessa nova forma de conexão à internet. Os primeiros minimodens vieram junto com o início da 3G no Brasil, no ano passado, e já colocam muita gente em dúvida entre o que seria melhor: manter a conexão tradicional de banda larga fixa (a cabo, por exemplo) ou entrar de vez no mundo dos usuários nômades, com acesso móvel – teoricamente, conexão em qualquer lugar. Para responder ao dilema, o caderno Informátic@ testou os serviços das operadoras e mediu as velocidades de acesso em bairros cobertos pela rede 3G.

Antes de mais nada, é importante que o usuário verifique junto à operadora se a região em que mora recebe o sinal. Nos pontos em que ainda não há cobertura 3G, os minimodens fazem a conexão à rede Edge, com velocidade de acesso discado – cerca de 100 kbps. Com a terceira geração, as velocidades alcançariam, de acordo com as propagandas das operadoras, até 1Mbps.

Nos testes que fizemos, o melhor resultado ficou por conta dos 917.34 kbps alcançados com o minimodem da TIM, na Gameleira. Com essa velocidade, a estudante de design Rafaela Diniz demorou 44 segundos para baixar o navegador Mozilla Firefox, programa que tem 4,9 MB. Rafaela mora na Estância San Remo, na área rural de Contagem e diz que se o sinal chegasse na sua casa seria uma forma de navegação ideal. Para acessar a rede, ela precisa ir até a casa da avó, na cidade. Ela experimentou o serviço pela primeira vez, a convite da reportagem e ficou hipnotizada: “É muito prático e o acesso é bem rápido.”

Essa foi a velocidade mais próxima de 1Mbps que conseguimos obter nos testes. Entre os outros desempenhos, estão 850 kbps, também com o minimodem da TIM, na Praça da Savassi. Com essa velocidade, gasta-se 56 segundos para baixar o mesmo Mozilla Firefox de 4,9MB. O teste da Claro, no Funcionários e na Savassi também teve resultados consideráveis, com velocidade média de 720.1 kbps. A Vivo, contudo, apresentou velocidade média de 291 kbps no Alphavile e 192 kbps na Savassi. No Funcionários, saiu-se melhor, com 490 kbps. A Oi não disponibilizou minimodem para teste.

De acordo com as operadoras, as velocidades variam bastante, de local para local. Na 3G, as operadoras transmitem voz e dados dentro de um espectro de freqüência de rádio mais amplo – entre 1,9 GHz e 2,1 GHz (contra a faixa entre 900 MHz e 1,8 MHz do Edge). Isso explica a velocidade da banda larga. Mas, por se tratar de ondas de rádio, essa velocidade está sujeita a variáveis como a região, clima, distância da estação de rádio base (as torres emissoras de sinal) e a quantidade de clientes associados à mesma estação. A 3G ainda engatinha no Brasil e a tendência é que, com o tempo, a estabilidade seja uma conquista – bem como a ampliação das velocidades. Basta lembrar como eram nossas primeiras conversas nos celulares tijolões – quem nunca teve vontade de colocar uma palha de aço na antena do telefone nos anos 1990?


Frederico Bottrel - Estado de Minas

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